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Naná Meneses

Autor

Foi na década de sessenta que Alegrete consolidou o “RICO LEGADO EM SUAS LETRAS”. Neste período que surgiu o sopro seminal daqueles que seriam as grandes luzes dos tempos vindouros. Prosperaram também várias coleções literárias que hoje são raridades, entre elas: Cadernos do Extremo Sul, Revista Ibirapuitã e outros. Neste decênio, a bolsa de apostas do destino abriu sua temporada de investimentos. Para não correr o risco de esquecer alguns e reafirmar o já conhecido reinado solar de muitos, destaco: NANÁ MENEZES, RUI NEVES e BRENO FERREIRA SILVA. O Naná era meu amigo, e muito conversamos sobre poemas. O Rui, além da amizade, era nosso guru. O Breno, em 1984, conquistou o primeiro lugar no concurso Mario Quintana, instituído pela Prefeitura Municipal, através do Centro Cultural Adão O. Houayek. Coube-me a entrega do troféu. Quando voltamos do Rio, em janeiro de 1990 (férias no tempo das vacas gordas), ele bateu-me no ombro na rodoviária de Porto Alegre e pediu-me moedas para comer alguma coisa. Lacônico, sombrio e magro, reconheceu-me. Eu o reconheci. Naquele exato momento, encarnei o Caronte do Rio Ibirapuitã. Debitamos para o silêncio qualquer tentativa de diálogo, talvez guiados pelas nossas conterrâneas humanidades diante do flagelo. Pelo que soube, ele não viveu muito tempo.

 

Elvio Vargas | Poeta e autor do prefácio de "O Retorno da Fênix"

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