Alumbramento
poético sentimental e político de um anarquista
Sobre aqueles que buscam a poesia talvez caiba
dizer: o coração é um pequeno espaço para o sentimento do mundo. Sobre aqueles que escrevem poesia é mais certo dizer: o poeta constrói essa gaiola cujas estruturas ultrapassam todo horizonte que conhecemos, finalmente
um lugar onde servimos, inteiros e humanos. Um lugar par caber o sentimento do mundo. A poesia de Nelson carrega essa incrível característica de enxergar o humano em suas mais misteriosas camadas, observa todas suas grandiosas nunces que se revelam a cada minuto em segredo - um segredo que somente a poesia pode trazer à tona.
O seu título, extenso como é extensa nossa vida
e como é extenso o material do qual somos feitos, não poderia ter sido outro. Se há um ano me debrucei diante de um projeto seu repleto de “memórias de outro” – outros pedaços nossos em um espelho literário – agora, ainda mais amadurecido nessa trajetória poética, assume todas essas faces: não há descarte naquilo que sentimos, somos imensos e diversos, somos poéticos, políticos, sentimentais, anarquistas, somos alumbrados descobrindo ao mundo e a nós mesmos.
Marieli Becker