Destinado ao público infanto-juvenil, "O Jardineiro de Sobral" conta a história do pequeno Dário, filho do Sertão nordestino que desconhece pai e irmãos. O tema da ausência e do vazio, do contraste entre personagem e ambiente, torna este texto de uma pungência e sensibilidade exemplares: há um sertão interior nesta criança. A transformação de Dário em adulto surge após a superação e compensação por tanta solidão. No texto da gaúcha Djine Klein, notam-se reflexos de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos. O ilustrador João Clauveci Muruci complementa a trama com as linhas simples e fundas de rostos expressivos, em imagens que lembram a xilogravura da literatura de cordel.
Poemas da Juventude
Os versos de Marcos Fernadez Oliveira Cunha expostos nesse volume, pela primeira vez, traduzem em sua essência, uma determinação demorada no tempo. Ao se saber que os versos foram compostos na juventude, e somente agora se escancaram ao olhar do público, podemos nos perguntar porque de tanto tempo ficaram guardados? Qual motivo justificou a proteção dos versos de amor? Quem pode decifrar tal mistério? Talvez nem o poeta saiba dizer.
Mas, tomada a coragem, o que importa é que os versos nos chegam em forma de livro, e se tornam universais, deixando de ser um segredo exclusivo de Marcos Fernandez, para ser de todos nos. A poesia que Fernadez nos apresenta, nesse “Poemas da Juventude”, nos indica a linha romântica na sua função estética. Esse poeta usa da metáfora lírica para falar da concepção do mundo, em um arranjo formal livre, ao sondar o interior da matéria poética, sugerindo emoções vívidas, com projetos atmosféricos de um sistema metafóricos em boa poesia.
A temporariedade visível nesses versos, “águas de março” indicam que essas águas escorrem na sarjeta e sugerem “melancólica balbúrdia” ao trazer vozes de um tempo perdido. Que tempo é esse que nos fala o poeta? Que vozes são essas que escorre nas sarjetas com as águas de março?
A metáfora nos indica que houve um tempo; houve “vozes perdidas” houve palavras de amor, “na garupa do passado”.
Marcos Fernandez é um poeta que se encarrega de ser lírico. Escorrega versos do seu interior, da sua lógica insensata de escrever e viver os versos da juventude.
O poeta nos fala em “águas” , nos fala em “mar” em “sorrisos”, procura poesia que tenha rimas com amor.
É um poeta que se expõe em total solidão, como todos os demais poetas. Porém quer sua voz lírica exposta ao desconforto de ser descoberto em sua totalidade, desnudado em sua dor, em sua alegria, talvez, de se revelar poeta.
Ficha Técnica:
Páginas: 52
Ano de Publicação: 2016
ISBN: 978-85-67095-07-3
Composição: Pólen 90g; Ilustrado; Preto e Branco
Gênero: Poesia
Bibliotecária Responsável: Nalin Ferreira